Os centristas denunciam uma atitude irresponsável e impensável do Município, ao permitir a realização de um espectáculo que infringiu de forma grave as normas da DGS. Na carta que fizeram chegar também aos órgãos de comunicação social, são levantadas questões sobre a atuação da câmara na realização do evento.
“Foi com alguma estupefação, admiração e consternação que os Fafenses foram assistindo a imagens daquilo que aos olhos de todos seria impensável. No passado sábado à noite, dia 22 de Agosto, foram desrespeitadas todas as recomendações das autoridades de saúde para o combate ao vírus Covid-19. Numa altura de extremo esforço e luta constante contra uma pandemia que corre riscos iminentes de ter uma segunda vaga, em Fafe, em plena Praça 25 de Abril, deu-se o inimaginável. Centenas e talvez até mais de um milhar de pessoas juntaram-se para assistir a um concerto musical. Não poderíamos nós, no CDS-PP de Fafe, ignorar tamanha irresponsabilidade ali cometida. Foi geral a indignação por parte dos nossos concidadãos em perceber que um evento não assegurava os mínimos da segurança individual e de controlo de propagação do malogrado covid-19. Mais, é chocante com as notícias recentemente vindas a público perceber que o evento se realizou sem licença e consequentemente sem um parecer da DGS (Direção Geral de Saúde), deixando assim os nossos Munícipes num evento ausente de fiscalização, controle de adesão e pior ainda, sem plano de ação. Não queremos colocar os Fafenses uns contra os outros, entre os que quiseram assistir ao concerto e os que optaram por não o fazer. Queremos apenas averiguar e assinalar as responsabilidades em tal evento se desenvolver nos moldes em que se desenrolou sem qualquer tipo de estratégia para evitar ajuntamentos e propagação do covid-19. Tudo isto, torna-se ainda mais grave, quando na última semana surgiu um aumento substancial de novos casos em Fafe pondo assim em risco o aparecimento de um surto ativo no nosso Concelho. Dizemos ainda que não somos contra o facto de haver concertos ou animação de rua no centro da nossa cidade, o que não é tolerável é que os mesmos sejam feitos levianamente, sem as exigências que a época infelizmente exige. Os nossos Munícipes merecem alguma normalidade que eventos como estes poderiam trazer. Mas feitos e organizados desta maneira, sem regras e de forma relaxada traz apenas alarmismo, preocupação e riscos para a saúde pública. Fafe caiu mais uma vez na boca do País pelas piores razões.
Excelentíssimos Senhores exigem-se respostas claras a este acontecimento infortuno. 1. Porque a CMF deixou a realização deste evento ao cargo do artista? 2. Porque se ausentou a CMF de pedir um parecer à DGS para a realização do evento? 3. Porque não pediu a presença da Polícia Municipal para a monotorização do evento? 4. De que maneira a CMF pretendia que fossem asseguradas as normas e regras de saúde pública? 5. Porque deixou a CMF avançar o concerto, se mesmo antes de este começar, já não se verificavam as suficientes condições de distanciamento social? 6. Que ilações e responsabilidades pretende a CMF tirar caso daqui a umas semanas disparem os casos positivos de Covid-19 no Concelho? 7. Pretende a CMF abrir um inquérito interno para perceber porque não foram criadas licenças ao evento e a respetiva solicitação/autorização às autoridades de saúde?”
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