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Hoje Falo eu com Ana Osório Oliveira.

Em tempo da pandemia da covid-19 e de estado de emergência, no “Hoje Falo Eu” deste sábado, vamos ao encontro da fafense, Ana Osório Oliveira, neurocientista, apaixonada pela comunicação de ciência, que trabalha no Instituto Karolinska, em Estocolmo, na Suécia. Esta neurocientista fafense trabalha num instituto que aconselha na escolha da atribuição dos Prémios Nobel da Medicina. A investigação foca-se nas doenças neurodegenerativas, tais como as doenças de Alzheimer e Parkinson, e doenças psiquiátricas, como a Esquizofrenia. Para além desta conversa no "Hoje Falo Eu" da Fafetv, Ana Osório Oliveira, foi entrevistada pelo jornal Público. Na publicação, podia ler-se, "Recentemente tem-se interessado pelas sequelas cerebrais associadas à covid-19. O seu laboratório está a desenvolver organoides cerebrais – mini-cérebros – criados a partir de células da pele dos pacientes. Para fazer esse truque – “transformar” células da pele em células do cérebro – usa uma tecnologia chamada células pluripotentes induzidas, ou seja, faz o processo contrário do que acontece no nosso corpo: parte de células diferenciada (da pele), que faz regressar ao estado de células estaminais, para depois as voltar a diferenciar num outro tipo de células (neste caso, do cérebro). É como andar para trás no tempo e depois novamente para a frente. O médico Shinya Yamanaka, que ganhou o Prémio Nobel da Medicina em 2012 por ter desenvolvido esta técnica, foi seu colega no Instituto Gladstone da Universidade da Califórnia, em São Francisco, nos Estados Unidos. Em seguida, estes mini-cérebros são expostos ao vírus da covid-19, para entender os seus mecanismos de disseminação e infecção. Deste modo a equipa do laboratório em que trabalha pode perceber quais são as células cerebrais (neurónios e células da glia) infectadas e em quais delas a infecção leva à morte celular. Esse trabalho será disponibilizado nos próximos dias na forma de pré-publicação num repositório on-line (biorxiv.org), de modo a que fique imediatamente acessível para a comunidade científica, enquanto decorre o normal processo de revisão pelos pares. Os danos irreversíveis no cérebro causados pela covid-19 são um assunto de que pouco se fala e acerca do qual ainda existem muitas dúvidas, que só a investigação científica poderá esclarecer. E esse foi precisamente um dos temas da minha conversa com Ana Osório Oliveira: as sequelas neurológicas de longo prazo da covid-19. Como não poderia deixar de ser, falámos também da muito polémica resposta sueca à covid-19, que foi distinta e mais relaxada do que a adotada pela generalidade dos países europeus, pois na Suécia não foram feitos confinamentos generalizados. Essa estratégia mudou esta semana, tendo o famoso epidemiologista-chefe da Suécia, Anders Tegnell, reconhecido que as coisas não correram como ele esperava."







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