Câmara Municipal de Fafe aprova Orçamento e Grandes Opções do Plano para 2026

A Câmara Municipal de Fafe aprovou o Orçamento e as Grandes Opções do Plano (GOP) para 2026, documento que marca o início formal de um novo ciclo de governação autárquica, na sequência das eleições de 2025. O plano aposta na continuidade do trabalho desenvolvido, na consolidação do investimento público e no reforço de políticas centradas nas pessoas e na coesão social.

A coligação "Por Fafe, Sempre" votou contra o documento, enquanto que o CHEGA preferiu a abstenção.

Com uma previsão orçamental inicial de 82,4 milhões de euros — valor que deverá aproximar-se dos 90 milhões após a incorporação do saldo de gerência na revisão orçamental de fevereiro — o Município assume uma estratégia de rigor financeiro, execução qualificada e investimento estruturante.

Na apresentação do documento, o presidente da Câmara Municipal de Fafe, Antero Barbosa, destacou que este é um orçamento que reflete a confiança renovada dos fafenses nas últimas eleições.“Este Orçamento é o espelho da continuidade de um trabalho que os fafenses fizeram questão de reforçar no passado dia 12 de outubro, através de uma escolha democrática clara, que nos dá ainda maior responsabilidade para continuar a servir Fafe com seriedade, compromisso e visão de futuro”, afirmou.

Consolidação financeira e reforço da organização municipal

O Orçamento e as GOP para 2026 assentam numa execução rigorosa dos projetos estruturantes lançados nos últimos anos, articulando o Plano Plurianual de Investimentos (PPI) com o Plano de Atividades Municipal (PAM). Entre as principais novidades, destaca-se o reforço da organização interna do Município, com a criação de um novo Departamento de Controlo, Segurança e Fiscalização, bem como o surgimento de novos pelouros nas áreas da Cidadania e da Saúde.

As funções sociais concentram 54,9% do esforço orçamental, com especial incidência na educação, ação social e serviços coletivos, confirmando a centralidade das políticas sociais na atuação do Executivo.

O documento contempla ainda uma reprogramação técnica e temporal de alguns investimentos enquadrados no PRR e no BEI, ajustando calendários à maturidade dos projetos e às exigências das entidades financiadoras.“Reprogramar não é recuar. É garantir que cada euro de investimento público é executado com rigor técnico, sustentabilidade financeira e impacto duradouro no território”, sublinhou Antero Barbosa.

Educação, habitação e saúde como prioridades

Na área da Educação, o Município prossegue a execução plurianual das obras de requalificação das escolas EB 2/3 de Padre Joaquim Flores (Revelhe), Arões Santa Cristina, Montelongo e Silvares, mantendo o investimento no pré-escolar e no 1.º ciclo. Está igualmente prevista a continuidade da obra do Pavilhão Desportivo da Escola Secundária de Fafe, com financiamento comunitário.“A qualidade do investimento educativo é uma prioridade absoluta”, reforçou o presidente.

Na Habitação, o Orçamento assegura a continuidade do PRR – Programa 1.º Direito, o reforço do Programa Municipal de Melhoria de Habitações e do Acessibilidades 360º.“A habitação digna é um compromisso ético e social. Temos o objetivo claro de disponibilizar 80 frações prontas até ao final do ano”, afirmou Antero Barbosa.

Já na Saúde, a criação do novo pelouro da Saúde e Bem-Estar reforça a intervenção municipal nesta área. Mantêm-se os investimentos na reabilitação e ampliação do Centro de Saúde de Fafe e nas Unidades de Saúde de Arões, Regadas e Travassós, com apoio do PRR.“Estamos a criar melhores condições para os profissionais de saúde e para os utentes, reforçando a qualidade dos cuidados primários no concelho”, referiu.

Obras públicas, ambiente e sustentabilidade

O investimento previsto no PPI para 2026 incide na requalificação do espaço público e na modernização das infraestruturas, com destaque para a requalificação da Praça Mártires do Fascismo (Feira Velha), intervenções em arruamentos estruturantes, obras nas freguesias, investimentos no ciclo urbano da água, modernização de equipamentos municipais e valorização de zonas verdes.“A requalificação urbana é uma opção estratégica para tornar Fafe mais funcional, mais inclusiva e mais atrativa”, destacou o autarca.

Na área do Ambiente, o Orçamento dá continuidade à estratégia de sustentabilidade, com foco na implementação da recolha seletiva de biorresíduos, no âmbito do programa RECOLHABIO.“Este é um passo decisivo para tornar Fafe um concelho mais sustentável e ambientalmente responsável”, afirmou o presidente.

Novo Departamento de Controlo, Segurança e Fiscalização

A criação do novo Departamento de Controlo, Segurança e Fiscalização permitirá concentrar competências de fiscalização administrativa, polícia municipal e proteção do espaço público, reforçando a segurança, a legalidade e a qualidade do espaço urbano.“Esta reorganização reforça a capacidade de intervenção do Município e garante mais segurança e melhor qualidade do espaço público, sempre numa lógica de proximidade e serviço às pessoas”, concluiu Antero Barbosa.

O Orçamento e as Grandes Opções do Plano para 2026 afirmam-se, assim, como um instrumento de continuidade estratégica, execução responsável e visão de futuro, colocando as pessoas, a coesão social e o desenvolvimento sustentável no centro da ação municipal.

Fotografia: Município de Fafe