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"Um novo Caminho de Santiago a passar por Fafe"

O próximo fim-de-semana, do dia 20 e 21, um grupo de peregrinos jacobeus (peregrinos de Santiago) programou uma atividade que consta do seguinte: dia 20 pelas 8,30h, concentração em Felgueiras Margaride junto à igreja Paroquial de Santa Eulália.

Pelas 9h- início de uma caminhada desde Felgueiras Margaride até à Lagoa – Senhora das Neves, em Fafe.

No dia 21 - Os peregrinos assistirão à missa dominical na igreja da Senhora das Neves.

Depois da missa haverá uma sessão de informação na “Casa da Senhora” sobre o tema “Caminhos de Santiago”.

Os peregrinos repousarão na noite de sábado para domingo em “albergues” improvisados na Lagoa e em Gontim

O trajeto da caminhada corresponde à primeira etapa de 31Km do novo caminho de Santiago denominado “Variante do Caminho de Torres ao da Geira e dos Arrieiros”, com uma extensão total de cerca de 75Km, a partir de Sendim, Felgueiras, passando pelos concelhos de Fafe, Vieira do Minho e junta-se ao da Geira e dos Arieiros em Covide, Terras de Bouro, cerca de oito quilómetros depois de São Bento da Porta Aberta.

Como o nome indica, esta variante liga dois caminhos: o Caminho de Santiago de Torres, e o Caminho da Geira e dos Arrieiros.

O caminho de Torres, cujo nome teve origem na peregrinação do célebre peregrino e escritor, em 1737, Diego de Torres Villarroel, Iniciado em Salamanca, passa por várias localidades em Portugal, sendo Felgueiras uma delas, e termina em Santiago de Compostela. Tem uma extensão de 600Km dividido em 24 etapas.

O caminho da Geira e dos Arrieiros, (do séc. XV), com 240km,e dividido em 12 etapas, parte de Braga passa por Terras de Bouro até à Geira, antigo caminho romano no Gerês, atravessa a fronteira e, em Espanha, recebe o nome de Arrieiros por percorrer o caminho que outrora fora utilizado pelos Arrieiros, que eram os transportadores do vinho de Ribeiro, para o levar a Ribadávia e Santiago de Compostela.

Esta nova Variante aparece como resultado de um trabalho de pesquisa onde foram encontrados vários indícios, (desde o séc. IX ao séc. XVIII), que levam à existência de um “alinhamento” de Conventos, Ordens Religiosas e Mosteiros que tinham ”por obrigação dar guarida aos peregrinos”, bem como oragos padroeiros de Santiago e existência de conchas, ou vieiras, símbolos de Santiago, esculpidas em várias igrejas.

Esta Variante encontra-se em fase de certificação, seguindo-se, depois, a sua homologação.

Como acontece em outros locais por onde passam estes Caminhos, considerados património cultural da Humanidade, espera-se que tragam uma mais-valia para as povoações. Para os seus utilizadores – os Peregrinos de Santiago- terão mais uma oportunidade onde concretizar uma rota de meditação espiritual, de enriquecimento cultural e convívio com as populações locais, e de apreciarem as belas paisagens dos concelhos por onde passam.

Encontra-se na gráfica do Diário do Minho um livro para edição com esta pesquisa, a sair nos próximos dias, com o prefácio de Dom José Cordeiro, arquidiocese de Braga e posfácio de Dom Roberto Mariz, da diocese do Porto.


Texto: Alberto Vilela




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